terça-feira, 21 de agosto de 2007

Fora de CIrculação

Pede-se encarecida e empenhadamente que não divulguem este texto nem dele façam uso , qualquer uso, seja que uso for.

Envolve pessoas sérias, gente honesta e laboriosa. gente que se rege, não por princípios régios mas por práticas reais. Por isso e por isso apenas, se pede que o não divulguem, a não ser junto de alguns amigos e amigos destes amigos e, estes, junto dos seus amigos. Não mais que isso.

Conta-se em breves palavras.
Os sete da vida airada, descalçaram os sapatos, despiram os casacos, exibiram a perninha branca, tímida de tanto estar escondida e passaram ao pavoneio.
Foram todos até Lisboa, num a furgoneta de um fotógrafo prestigiado, campeão de damas a solo, ilegal (não passou na inspecção, a furgoneta).
Escaparam numa operação stop. O fotógrafo de máquina topo de gama, ao avistar a polícia acelerou a fundo. A fuligem preta, intensa e abundante, não permitia ver a carripana, topo de gama ligou o GPS e vai disto. Só pararam no Campo das Cebolas e foram tomar duche aos balneários públicos do Martim Moniz, no meio de travestis e transexuais que regressavam da noite.
Houve quem os visse no Nicola, de óculos escuros comprados a um cigano que fugia da polícia , olhando e remirando todo o café. Curiosos. Ao fundo do café, viram uma estátua, um deles (qual nazareno), gritou:
- Olhem! uma estátua do Napoleão!
-Do Napoleão? observou outro.
- Não é nada, é do Nabeiro, do homem do café quando contrabandeava na raia , entre Espanha e Campo Maior. Comentou com ar entendido, o filósofo da cereja.
Não, não insistam, não refiro nomes.
De repente, convicto, um Ribeiragrandense do Fundão (lá estão vocês a insistir para que diga nomes), olhou à volta como quem consulta um simposium e disse:
-Ide-vos quilhar, então não é óbvio que nos encontramos numa sucursal dos Jerónimos! É a descentralização cultural, cultura assim sim.
Um dos vida airada, com ar desvairado e impaciente, no seu tom vernáculo desligou a aparelhagem com cabos de fibra óptica protegidos a papel de celofane e bicarbonato de sódio por causa dos soluços musicais e atirou:
- Se fossem para o Miguel Bombarda mais os vossos conhecimentos. Meus amigos, estamos perante uma peça única de Sisa Vieira, um famoso escultor dos meus tempos do propedêutico.
Após ouvir tantos dislates, com a sua lata habitual, o único gajo que vai debitando umas coisitas no blogue, de joelhos à mostra, ocúlos para o tecto da cabeça e com o seu ar humilde e sapiente avançou:
- Meus caros, nem Sisa, nem Napoleão, nem sucursal, nem Nabeiro. É Paulo Bento com laca no cabelo e disfarçado de Conde das Caldas, reparem na frase, ali.
Ah!!!Ah!!! (de admiração). sim senhor, sim senhor, é isso mesmo, é ele.
O rouxinol faduncho que nunca aparece, pé ante pé, subiu para cima de uma mesa e, para que todos o ouvissem bem, sentenciador, mãos nos sovacos por causa do odor corporal opinou adjectivando:
- Sois uma cambada de ignorantes. Nenhum de vós sabe de que figura se trata, pois eu digo-vos quem é.
Trata-se de Artur Albarran a efectuar uma reportagem em Lisboa a partir do Iraque, o autor até mereceu prémio.
Palmas, palmas e mais palmas.
Sentaram-se e pediram café.
O empregado trouxe-lhes os cafés com ar simpático e tolerante, de quem está habituado a clientes cultos.
-Os senhores talvez não saibam, mas estão sentados na mesa onde Bocage, aquele, o da estátua, escreveu muitos dos seus poemas.
Estes bloguistas!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

BLOGFÉRIAS - Época de reflexão solar

O mar é imenso, o tempo é escasso, a pachorra esgota-se e a espreguiçadeira gasta-se. É a vida.
Não há bem que sempre dure... (nem mal que se não acabe).
O trabalhinho está já a morder os calcanhares. É a vida.

sábado, 11 de agosto de 2007

AÇORES - Férias em S. Miguel

A maior ilha, muitas lagoas nos locais mais recônditos e belos. Belas praias e espaços balneares lindos. Como este.
Ilhéu de Vila Franca do Campo, a primeira capital de S. Miguel, no centro Sul da ilha. Sol, água de agradável temperatura e límpida.
Um passeio de barco para o ilhéu e de regresso. Pelo meio, um dia bem banhado.
Mas há mais, diferentes e igualmente apelativos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

ATUM - Assim sim, bom e fresco

Acabadinho de ser pescado na arte de "Salto e vara". Mestre Nica (José Teixeira), florentino e bom pescador, mostra orgulho pela pescaria. Pescado por ali perto, o Atum ( no caso, Albacora ou Galha-a-ré - Thunnus albacares e algum Bonito ou Gaiado - Katsuwonus pelamis) segue para a lota onde é pesado e, de seguida, vai para o túnel de congelação, daí para as câmaras de frio e depois para as fábricas de transformação em conserva. Bom Petisco, Santa Catarina e Corretora são marcas, excelentes marcas de Atum dos mares dos Açores.


Fresco, em posta untado com uma mistura de sal, azeite, salsa e paprika ou massa malagueta (esta, mais usada nos Açores), grelhado é um verdadeiro pitéu.

Postal dos Açores - Verão 2007

Aqui ilha das Flores, onde se situa o ponto mais ocidental da Europa, o ilhéu de Monchique.
Sob as nuvens, do lado esquerdo, ao fundo e encoberta, fica o Corvo, a mais pequena ilha dos Açores e o concelho de Portugal com menor número de habitantes; cerca de 400.


Açores - Ribeira Grande - 500 Anos



E foi mesmo uma festa, uma grande e bonita festa!


Ribeira Grande é, actualmente e desde 29 de Junho de 1981, cidade. Cidade do Norte da ilha de S. Miguel, a principal das 9 que formam o Arquipélago dos Açores.
A 4 de Agosto de 1507, por carta Foral de D. Manuel I, é elevada à categoria de vila.
De 28 de Julho a 4 de Agosto foi a festa. A primeira festa a sério divulgando a efeméride.
De 1576 (pimeiro registo) até 2001 (registo mais recente) a população do concelho passou de 3.534 para 28.476 habitantes que é actualmente constituído por 14 freguesias.
A festa anual do concelho da Ribeira Grande é a 29 de Junho (feriado municipal) durante esse dia decorrem as "Cavalhadas" de S. Pedro.
Mas voltemos à Festa do Foral. Vestidos, palamentados e decorados, os cidadãos, os espaços e muitas casas, deram ao centro da cidade, um aspecto diferente que nos fez recuar no tempo, de uma forma viva, simpática, cultural com muita, muita participação e excelente ambiente.
Vale e pena reflectir sobre estes exemplos. A cultura também passa por estes eventos. Eles fazem despertar para coisas e vivências que têm a ver com a identidade, o saber quem fomos para melhor podermos saber o que queremos ser.
Complementarmente, alguns cidadãos não se limitaram a visitar a festa, a assistir ao julgamento teatralizado de um casal que tinha dado utilidade às "partes fodengas" antes do casamento e, após este ficarem impedidos de "fornicar" durante 40 dias e 40 noites ou ainda, aos cantares e músicas medievais de um agrupamento italiano, de Asti. Não senhor.
Caminharam até S. Brás, abancaram no "Cantinho do Cais" do amigo Jorge, despacharam a sopa de peixe, mamaram o polvo com batata em molho de vinho de cheiro e arrumaram a coisa com uma soberba caldeirada de peixe fresco e pão torrado ensopado no molho. O tinto bebido comedidamente que a carta faz falta e nada justifica estragar-se tão lauta e saboreada degustação. Mas não ficaram por aqui.
Rumaram à Ribeira Grande e, depois da festa, até casa de DOC. A sua filhota Inês, fez a profissão de fé. Voltaram a abancar e banquetearam-se com umas guloseimas caseiras, um copo de água para disfarçar e um Porto. A noite estava agradável e o serão terminou em paz e de barriga bem cheia. Alarves!
Parabéns Ribeira Grande, pelo foral, pelos 500 anos, pela festa, por tudo!