Não existe para mim frase mais enervante do que "É o país que temos!"... por qualquer coisinha que acontece há-de haver sempre um sacana dum Zé Povinho (ou de uma Maria Povinha) a choramingar um "É o país que temos!": se há incêndios "É o país que temos!" se uma fábrica fecha "É o país que temos!" se o petróleo aumenta "É o país que temos!" se um político é corrupto "É o país que temos!" se os exames de matemática correm mal "É o país que temos!" se dói a barriga "É o país que temos!" se chove muito "É o país que temos!" se não chove nada "É o país que temos!" ... AAAAARRRRGGGGHHHH!!!
Porque é que será que o desporto naconal do Tuga é falar mal do país? Será que não há ninguém que explique a esta cambada que o "país" não é uma entidade estranha e malévola mas sim que o país somos todos nós!?! Quando ouço uma pessoa falar mal de Portugal torcem-se-me as entranhas e apetece-me esbofeteá-la... O país que temos é o país que nós fazemos todos os dias, na maneira como nos sabemos (ou não) comportar e respeitar enquanto pessoas e cidadãos, na maneira como educamos (ou não) os nossos filhos e alunos, na maneira como lutamos (ou não) pelos nossos direitos, na maneira como cumprimos (ou não) as nossas obrigações - o país somos todos nós e só nós o podemos mudar: sim só nós, embora agora ande aí muito na moda defender o integracionismo com Espanha (pelos vistos é in ser-se Ibérico!) se o Zé e a Maria pensam que os espanhóis alguma vez aturariam a sua choraminguice desenganem-se pois não teriam sorte nenhuma - ou mudavam de atitude ou bem podiam ir chorar para outra freguesia...
Antes de andarem para aí de nariz empinado e ar de pseudo ofendido exclamando "É o país que temos!" "É o país que temos!" num misto de choro e pedinchice (sim pedinchice, pois normalmente quem mais se queixa é quem mais benefícios recebe e ainda tem a distinta lata de cuspir no prato em que come) se o Zé e a Maria se preocupassem em fazer um bocadinho mais por este cantinho talvez vivessemos todos num país melhor.
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3 comentários:
Subscrevo inteiremente.
Ouvi hoje um comentário na RDP, já pela noite dentro, feito por um conhecido jornalista (Carlos Magno) que me surpreendeu e preocupa.
Dizia ele que, dado o comportamento dos candidatos se admirava que tanta gente tivesse votado nas eleições em Lisboa.
"Como é que querem o exercício democrático".
Como é que querem? Quem quer o exercício democrático somos nós. Não o queremos, exigimo-lo!
"Lacrimejamo-nos" demasiado; lamentamo-nos demasiado;tudo é que é nosso não presta.
Acho piada, algumas pessoas comentarem que na Noruega é assim, na Suécia é assado. Vamos fazer igual a começar pela responsabilidade e profissionalismo.Ah,e pelo orgulho pelo que é seu.
Vamos mas é mudar o raio do discurso!
"É o País que temos...é o Fado..."
É baixar-mos os braços,não creio que seja a desilusão com o sistema mas a pura ignorância, carreirismo e falta de esclarecimento.
É votar depois de receber um sms dos chefes "...tem que votar se não..." É ver uma velhinha ir votar que nem sabia o que estava a fazer, mas algum partido a foi buscar a um lar.
SMS= Sofá, mar, só. Esse é o verdadeiro significado de sms.
Quanto à velhinha, repesco o argumento de de luisette (com dois têsinhos, não esquecer)comentando: Façam-se as contas aos ignorantes, aos analfabetos que não votaram e acercentece-lhes os esclarecidos que fizeram o mesmo...é só fazer as contas.
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